Eu sei, eu sei… São 1001 opções e sente-se completamente afogado em hipóteses.

Às páginas tantas já nem tem a ver com a qualidade da formação, já só quer encontrar uma escola onde se sinta bem.

Há muitos anos, no dia em que tomei a decisão de fazer a formação base de professores de Yoga, bateu-me uma sensação de confiança:
“YES WE CAN”, completamente boicotada de imediato pela pergunta “e agora, qual?”.

É normal estar algum tempo perdido/a.

 

Desde o dia da tomada de decisão até ao dia da efetiva escolha da escola, passaram 6 meses de busca intensa.

Decidi fazer a formação em Florença.

A escola que escolhi é americana, com um custo bastante acima da média, e por isso surgiu de imediato a dúvida que me invadia o pensamento:

“Será que estou a fazer a escolha certa?”

Como era freelancer,  estar em Itália, sem trabalhar durante tanto tempo, a gastar muito dinheiro, assustou-me bastante.

Hoje percebo que foi o risco assumido que se revelou com mais valor até hoje.

Por isso o tempo e o dinheiro foram muito bem empregues. Mudei a minha vida. Claro que aprendi muito, mas também me diverti imenso.

Mas claro que fui talvez demasiado zeloso. A busca da escola, ou as condições que precisava para sentir que estava seguro da escolha que estava a fazer e se era uma aposta de e com futuro (mas sou zeloso por natureza, por isso faz sentido).

 

Não tenha receio.

Vou propor características de formação a que deve estar atento:

 

  • Primeiro, deve perceber bem o propósito de fazer a formação;
    • É um processo que requer algum esforço e dedicação, vai estar sujeito a mudanças e nem sempre estas são tão doces;
    • A ideia associada à vontade de mudança, de quebrar padrões na nossa vida, não é uma tarefa limpa… É um processo muito emocional e de muito investimento de energia.

 

  • Depois, o que deve pensar é:
    • “Quero que seja uma experiência só para mim ou quero usar esta oportunidade para começar um trajeto profissional”.
      • Uma coisa não irá ser independente da outra.
      • O tipo de estudo e pesquisa deve ser idêntico: ensinamos apenas aquilo que praticamos, por isso, seja para o seu desenvolvimento pessoal ou para leccionar, escolha bem.

 

  • Num 3º plano, deve estar atento a detalhes muito importantes:
    • Se a formação é certificada;
    • Que entidades a certificam;
    • Como funcionam os processos de certificação da Yoga Alliance, da DGERT e do IPDJ;
    • Se a formação tem regras pré-estabelecidas e contrato de formação;
      • Pode parecer assustador o compromisso, mas serve para defender o acordo inicial e a proposta de formação. Protege o acordo, mas principalmente a si.

 

Muito importante

 

  • Se tem acesso a um número de aulas regulares na escola em que se vai formar, para desenvolver a sua prática sem surpresas de valores extra para o fazer;
    • Deve praticar regularmente antes e durante a formação, convém garantir que acede livremente às aulas de Yoga da escola em questão.

 

  • Qual a experiência teórica, mas principalmente prática, dos professores em relação ao seu corpo, mente e emoções, e em relação ao dos outros.

 

  • Que módulos constituem a formação, número de horas em cada e formas de avaliação dos mesmos;
    •   O valor da formação vai depender muito desta relação de custos e deve ter acesso a esta informação para distinguir uma formação cara com alto valor associado de uma formação com poucas horas de contacto com os professores.

 

  • E muito, mas muito importante:
    • Visite a escola;
    • Faça uma aula experimental;
    • Vá conhecer os responsáveis pela formação (gestor e coordenadores da formação);
      • Convém “inspirar” o espaço onde vai usar o seu tempo, investir a sua energia e sentir muitas emoções (vão ser tão mais proveitosas quanto maior segurança sentir no ambiente onde as vive).

 

Invista na sua pesquisa e no seu futuro.

Boas formações!

 

Texto da autoria do professor de Yoga

Pedro Mendes