O diafragma é um dos principais músculos responsáveis pela respiração. Esta afirmação tem uma importância enorme, pois não damos a atenção e a importância devida à respiração.
Quando o diafragma contrai, desce e puxa as estruturas superiores para baixo. Isto causa uma diminuição na pressão intratorácica, comprime as vísceras abdominais e permite que os pulmões se inflem com ar. Quando o diafragma relaxa, sobe e o ar é expelido.
Para além desta função respiratória do diafragma, existem outras importantes funções que este músculo desempenha, não só devido à sua localização, como pelas ligações que apresenta com as estruturas envolventes.
O diafragma:
- Faz a fronteira entre a cavidade torácica e a abdominal (as vísceras não sobem e os pulmões mantêm a sua estrutura e funcionamento);
- Permite, através dos hiatos, a passagem entre as cavidades torácica e abdominal;
- Contribui para o aumento da pressão intra-abdominal nas ações de ejeção (vómito), tosse, defeção, micção e parto;
- Influencia o Sistema Nervoso Autónomo (SNA), devido à ligação com o nervo vago;
- Participa na estabilização do core (o diafragma é um dos vários músculos que constitui a estrutura que designamos de core)
- Ajuda na estabilização da zona lombar (devido à ligação dos pilares do diafragma aos músculos Quadrado Lombar e Psoas-Ilíaco);
- Colabora na mobilização da grelha costal (o diafragma tem ligação direta às seis últimas costelas).
Para saber mais sobre a respiração diafragmática e a sua influência no SNA ler este artigo: diafragma.
Na inspiração
Quando o diafragma desce, os pulmões enchem-se de ar e aumentam de tamanho, o que leva à elevação das costelas. Na expiração, o diafragma sobe e as costelas descem. Estas ações de mobilização da grelha costal ajudam na mobilização de umas estruturas adjacentes, que se encontram posteriormente, as vértebras dorsais.
– Com a elevação das costelas na inspiração há a facilitação da extensão e rotação da coluna.
Na expiração
Com a depressão das costelas e concomitante ação dos músculos respiratórios auxiliares, está facilitada a flexão da coluna.
No próximo vídeo, apresento um exercício respiratório que ajuda não só a libertar o diafragma, mas também a aumentar a capacidade pulmonar total (volume total de ar que cabe no sistema respiratório). Realizando uma expiração lenta e forçada consegue estimular o nervo vago, criando uma resposta do Sistema Nervoso Parassimpático.
Comece por inspirar e de seguida faça uma expiração lenta e forçada. Tente aumentar o tempo de expiração de ciclo em ciclo respiratório.
Neste artigo sobre diafragma, publicado anteriormente, pode ler sobre a respiração e as estruturas associadas ao processo respiratório.
Texto da autoria do professor de Pilates
Bruno Rodrigues